Aditivos Alimentares
IDENTIDADE, QUALIDADE E ROTULAGEM SOB O OLHAR DA SAÚDE PÚBLICA.
Apresentação
Recomenda-se que as postagens sejam lidas junto com os comentários a elas anexados, pois algumas são produzidas por estudantes em circunstâncias de treinamento e capacitação para atuação em Assuntos Regulatórios, enquanto outras envolvem poderosas influências de marketing, com alegações raramente comprovadas pela Ciencia. Esses equívocos, imprecisões e desvios ficam evidenciados nos comentários em anexo.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
QUANTO DE ADITIVOS SE INGERE POR DIA?
- Regulamento Técnico que Aprova o uso de Aditivos Alimentares
Resolução nº 386, de 5 de agosto de 1999.
- Regulamento Téc. Sobre Aditivos utilizados segundo a Boas Práticas de Fabricação e Suas Funções.
Alterada por:
Complementada por:
Resolução nº 387, de 05 de agosto de 1999.
Regulamento Téc. que Aprova o uso de Aditivos Alimentares, p/ Alimentos da Categoria 5 – Balas ,Bombons, etc.
Resolução nº 388, de 5 de agosto de 1999.
- Regulamento Téc. que Aprova o uso de Aditivos Alimentares, p/ Alimentos da Categoria 19 – Sobremesas, etc.
Resolução nº 389, de 5 de agosto de 1999.
- Regulamento Téc. que Aprova o uso de Aditivos Alimentares, p/ Alimentos da Categoria 16 – Bebidas
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
domingo, 13 de julho de 2008
Corantes
Quantidade
por porção
Valor Energético 38Kcal
= 160KJ
Carboidratos 7,8g
Açucares 7,6g
Proteínas 1,5g
Sódio 102mg
Vit A 108µg RE
Vit C 8,1mg
Vit E 1,8mg
Você já se perguntou o quanto de corante você come por dia?
Se alguma vez você parou para pensar no assunto com certeza não conseguiu responder esta pergunta. Este fato é muito curioso, pois hoje em dia é incrível a quantidade de cores presente em diversos produtos que nós consumimos em nosso cotidiano e por incrível que pareça na legislação brasileira não é obrigatório informar a quantidade de corantes que foi utilizada.
Segundo Decreto nº 50.040, de 24 de janeiro de 1961: os corantes só devem ser adicionados quando for indispensável ao processo industrial, sendo obrigatório seu registro na ANVISA. E sendo um aditivo seu objetivo é conferir ou intensificar as cores do produto. O objetivo do uso dos corantes é bem óbvio: quem não se sente atraído por jujubas com várias cores bem chamativas? Que atire a primeira pedra quem disser que não.
Uma grande quantidade de produtos como doces, balas, chocolates, sucos, gelatinas e outros contém corantes, entretanto, como não se tem a obrigatoriedade de informar a quantidade desses corantes, nós podemos acabar por ultrapassar o índice diário aceitável (IDA) que é de 0,75 mg/Kg de massa corpórea.
O problema é que alguns corantes utilizados são alvos de estudos por serem responsáveis por causarem hiper-atividade em crianças e câncer em cobaias.
Como não existe um controle da legislação do máximo de corantes que possa ser introduzido em um produto, os fabricantes respeitam apenas o limite do IDA, ou seja, ao comer uma gelatina a pessoa não pode mais comer nada que possua corante como ingrediente pelo resto do dia. Como controlar então?
O que nós como consumidores deveríamos sugerir é uma regulamentação do rótulo indicando não só o nome do aditivo, mas também a quantidade adicionada e o IDA. Assim poderíamos ter um controle de quanto estamos ingerindo por dia, e dessa forma diminuir os riscos da população.
Todo edulcorante faz mal à saúde?
Primeiro vamos definir o que são edulcorantes. De acordo com a ANVISA, edulcorantes são substâncias, diferentes dos açúcares, que conferem sabor doce aos alimentos.
Vamos, então, imaginar a seguinte situação: Um diabético, ou uma pessoa fazendo dieta, decide comprar um suco de maracujá light. Ela se depara com três marcas diferentes no mercado. Qual escolher? Existe algum tipo de edulcorante cujo consumo seja mais seguro que outro?
As três marcas são:
Rótulo do Produto - Ingredientes: Água, polpa de maracujá (50%), acidulante INS 330, antioxidante INS 300 (Vitamina C), conservantes: INS 211 e INS 223, edulcorantes: INS 952 (30mg/100mL), INS 951 (7mg/100mL), INS 954 (3mg/100mL), INS 950 (4mg/100mL), estabilizante INS 466, corante natural INS 160 aii e aromatizante aroma natural de maracujá. Contém Fenilalanina. Não contém glúten.
Fonte – Embalagem do produto.
Rótulo do Produto – Ingredientes: Água, suco e polpa de maracujá (mínimo de 12%), acidulante: ácido cítrico, edulcorantes artificiais: aspartame (20mg/100mL), acesulfame de potássio (13mg/100mL), antioxidante: vitamina C e aroma natural de maracujá. Não contém glúten.
Fonte – Embalagem do Produto.
Rótulo do Produto – Ingredientes: Água potável, suco de maracujá, aromatizante idêntico ao natural de maracujá, estabilizante: goma guar e citrato de sódio, edulcorantes: sucralose (16mg/100mL) e acesulfame de potássio (5,5mg/100mL), corante idêntico ao natural de beta caroteno, acidulante: ácido cítrico. Não contém glúten.
Fonte – Embalagem do Produto.
Olhando para o rótulo, mais precisamente para os edulcorantes presentes, não é possível saber se os mesmos fazem mal ou se estão na quantidade adequada.
Entretanto, se for feita uma comparação com a RDC nº 3, de 02 de Janeiro de 2001, chega-se a conclusão que todos os sucos estão dentro do limite máximo de edulcorantes (Ver tabela 1 e tabela 2).
Relacionando o rótulo com os valores de IDA (Índice Diário Aceitável) estabelecidos no JECFA, (Ver tabela 3) e supondo que o indivíduo em questão pese 70 kg e ingira 2 copos de suco (200mL cada) por dia, observa-se que a porcentagem da quantidade máxima permitida de ciclamato no suco Jandaia é elevada, o que poderia ser um risco para o consumidor. (Ver tabela 4, tabela 5 e tabela 6).
Fazendo um estudo em cima da estabilidade de acordo com a temperatura de cada edulcorante, observa-se que o aspartame e o acesulfame poderiam ser agentes de risco, uma vez que o primeiro é sensível ao calor, podendo haver perda de sua doçura, e o segundo sofre degradação quando submetido a temperaturas superiores a 225ºC ou quando armazenado por um período prolongado a 40ºC.
Além disso, o aspartame é perigoso para pessoas que tenham uma doença conhecida como fenilcetonúria, já que é metabolizado no trato gastro intestinal a fenilalanina.
A sacarina poderia ser o edulcorante ideal, pois possui alto poder adoçante, é altamente estável, altamente solúvel em água e não possui poder cariogênico (pelo menos não descoberto até agora). Porém, apresenta sabor amargo, o que faz necessário a associação com outros edulcorantes. A associação mais comum é com o ciclamato. Entretanto, essa combinação foi interpretada pelo FDA (Food and Drugs Administration) como indutor de câncer de bexiga em ratos1.
A sucralose é um edulcorante altamente estável em diferentes temperaturas, possui valor calórico nulo, não é metabolizada pelo organismo, não apresenta efeitos cariogênicos (pelo menos não demonstrados até agora) e possui elevado poder adoçante, sendo o que apresenta o sabor mais próximo do açúcar por ser derivado da cana de açúcar.
Na realidade, todos os edulcorantes citados anteriormente têm suas desvantagens, mas nenhuma que seja um risco tão grave que impeça sua utilização nos alimentos. Exceto claro, para o uso de aspartame por fenilcetonúricos, porque é totalmente contra-indicado.
Referências bibliográficas
www.fao.org/ag/agn/jecfa-additives
1 Sodium cyclamate and fetal kidney. José Germano Ferraz de ArrudaI; Alex Tadeu MartinsII; Reinaldo AzoubelII
Tabela 4 - Suco Jandaia
Tabela 5 - Suco Del Valle
Tabela 6 - Suco Maguary