Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre ADITIVOS ALIMENTARES, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com participação de alunos da disciplina “Química Bromatológica” e com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

Recomenda-se que as postagens sejam lidas junto com os comentários a elas anexados, pois algumas são produzidas por estudantes em circunstâncias de treinamento e capacitação para atuação em Assuntos Regulatórios, enquanto outras envolvem poderosas influências de marketing, com alegações raramente comprovadas pela Ciencia. Esses equívocos, imprecisões e desvios ficam evidenciados nos comentários em anexo.

domingo, 13 de julho de 2008

Corantes

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL:

Porção de 10g


Quantidade
por porção
Valor Energético 38Kcal
= 160KJ
Carboidratos 7,8g
Açucares 7,6g
Proteínas 1,5g
Sódio 102mg
Vit A 108µg RE
Vit C 8,1mg
Vit E 1,8mg


Ingredientes: Açúcar, gelatina, sal, vitaminas A, C e E, regulador de acidez citrato de sódio, acidulante acido fumárico, edulcorates artificiais ciclamato de sódio e sacarina sódica, aromatizantes e corante artificial Bordeux 5.

→ Como se pode observar, o corante é mencionado nos igredientes mas não é feita nenhuma menção á quantidade utilizada.


Você já se perguntou o quanto de corante você come por dia?

Se alguma vez você parou para pensar no assunto com certeza não conseguiu responder esta pergunta. Este fato é muito curioso, pois hoje em dia é incrível a quantidade de cores presente em diversos produtos que nós consumimos em nosso cotidiano e por incrível que pareça na legislação brasileira não é obrigatório informar a quantidade de corantes que foi utilizada.
Segundo Decreto nº 50.040, de 24 de janeiro de 1961: os corantes só devem ser adicionados quando for indispensável ao processo industrial, sendo obrigatório seu registro na ANVISA. E sendo um aditivo seu objetivo é conferir ou intensificar as cores do produto. O objetivo do uso dos corantes é bem óbvio: quem não se sente atraído por jujubas com várias cores bem chamativas? Que atire a primeira pedra quem disser que não.
Uma grande quantidade de produtos como doces, balas, chocolates, sucos, gelatinas e outros contém corantes, entretanto, como não se tem a obrigatoriedade de informar a quantidade desses corantes, nós podemos acabar por ultrapassar o índice diário aceitável (IDA) que é de 0,75 mg/Kg de massa corpórea.
O problema é que alguns corantes utilizados são alvos de estudos por serem responsáveis por causarem hiper-atividade em crianças e câncer em cobaias.
Como não existe um controle da legislação do máximo de corantes que possa ser introduzido em um produto, os fabricantes respeitam apenas o limite do IDA, ou seja, ao comer uma gelatina a pessoa não pode mais comer nada que possua corante como ingrediente pelo resto do dia. Como controlar então?
O que nós como consumidores deveríamos sugerir é uma regulamentação do rótulo indicando não só o nome do aditivo, mas também a quantidade adicionada e o IDA. Assim poderíamos ter um controle de quanto estamos ingerindo por dia, e dessa forma diminuir os riscos da população.

14 comentários:

Naiara disse...

A maioria dos alimentos industrializados possuem corantes então é realmente muito difícil saber quanto consumimos por dia.
O alerta dado neste blog é muito importante, principalmente para as mães,pois o consumo de corantes é maior entre as crianças já que elas ingerem balas,chicletes e pirulitos que inclusive deixam a língua colorida.
A brincadeira,porém,pode sair cara pois pode trazer sérias consequências para a saúde.

Laura de Carvalho disse...

É muito importante hoje em dia as mães deixarem de ser leigas sobre assuntos que dizem respeito à saúde de seus filhos. Muitas delas não sabem o risco que há no excesso de balas e outros produtos que contém corantes para as crianças, cuja alimentação deve ser bastante regulada, pois isso influenciará na sua saúde talvez por toda vida. A boa alimentação e saúde de uma criança começam desde o primeiro dia de vida. Meu trabalho é sobre fórmulas infantis e é muito importante esclarecer que nenhum deles é capaz de substituir o leite materno, assim como na primeira infância um prato deve ser colorido, mas as cores devem vir de legumes e verduras e não de balas e chicletes.

Laura de Carvalho e Silva

Márcia Luzia Trindade Marques disse...

É interessante atentarmos para o baixo valor do IDA, principalmente para indivíduos com baixa massa corpórea, que é o caso de crianças. Em virtude disso, é um desrespeito à população que nenhuma medida seja feita afim de se tentar controlar o uso de corantes nos produtos alimentícios, em especial os notoriamente destinados ao público infantil, como pirulitos, balas. Produtos estes, que tem mostrado um crescente aumento no uso de tais aditivos. Basta comparar a coloração das balas de hoje, com as de antigamente, inclusive as de mesma marca.
Como é difícil contarmos com o conforto do apoio da lei, pelo menos podemos nos valer de informativos imprescindíveis à saúe, como este.
Márcia Luzia Trindade Marques

GuiRanSS disse...

Assim como os corantes, vários tipos de adoçantes são usados em balas e doces Diets, algo que está bem na "moda" atualmente.

E assim como como os corantes, que trazem vários problemas de saúde, esses "novos açucares" podem trazer várias complicações para saúde.
Desde alergias, até mesmo o cancer.

Por isso o consumidor deve estar atento se vale mesmo a pena consumir esse tipo e alimento, trocando-os pelos tradicionais e mais saudáveis.

Guilherme Rangel

Karina Massad e Karla Rejane de Alencar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Karina Massad e Karla Rejane de Alencar disse...

É inaceitável que não exista uma legislação que obrigue a informação da quantidade de corante nos alimentos. Principalmente quando pensamos que as crianças ingerem grandes quantidades de alimentos contendo corantes. Sem dúvida, muitas delas ultrapassem o IDA recomendando e sofram os efeitos adversos disto.
Como pode a ANVISA pecar em algo tão importante para a saúde das pessoas?!

Karina Massad

Giselle disse...

Da mesma forma que vocês observaram que em nenhum momento o rótulo informava a quantidade de corantes, tivemos esse mesmo questionamento ao abordarmos sobre conservantes utilizados em leites fermentados, que precisam apresentar em sua composição bactérias viáveis e em quantidades suficientes para exercerem sua função. A legislação determina a concentração de conservantes que o produto deve apresentar, porém isso não é divulgado na embalagem. Se estivessem usando mais ou menos conservantes do que o permitido, isso afetaria a funcionalidade do produto. Infelizmente, o rótulo não informa...

Cristine disse...

Além dos casos de hiperatividade que foram observados em crianças, muitas delas mostram-se alérgicas a estes aditivos e, dependendo da quantidade ingerida, essas crises alérgicas podem se intensificar. O fato é que crianças se sentem muito atraídas pela cor de balas, pirulitos, chicletes, biscoitos, enfim, e é muito difícil evitar a ingestão desses doces nessa faixa etária. Muitas mães sem saber dos outros malefícios acabam permitindo, mesmo nessa situação, que seus filhos saboreiem estes produtos. Portanto, é importante esse tema ser abordado de forma a alertar as mães.

Lucas disse...

Acredito que a relação às crianças e hiperatividade é altamente questionável. Até porque, qual parâmetro para se considerar uma criança hiperativa? A sensação que tenho é que, hoje em dia, qualquer criança agitada é denominada hiperativa. Será que não é pelo fato de estarem, estas crianças, presentes em meio urbano, presos em apartamentos, sem brincar na rua, só colada na TV? Será que hoje em dia, os pais, com suas inúmeras babás, não tem mais paciência com as suas crinças?
Esses meus questionamentos passam pela observação empírica que, a maioria das crianças ditas hiperativas, são de altas classes sociais e vivem no meio urbano. Além do que são estas que tem poder aquisitivo de comprar balas e doces dependendo apenas de sua vontade.
Acredito que essa discussão deva passar pelos bons hábitos alimentares que são passados de pai para filho. A questão é que as balas não tem que ser um hábito não apenas pelos corante, mas também pelo alto teor de açucar e gordura presentes netes e, consequentemente, baixos teor nutricional. A bala tem que ser algo exepcional, assim como, sanduíches de fast food, sorvetes, biscoitos recheados, enfim.
Uma grande degeneração da vida moderna são os hábitos alimentares que se inicia na infância. E sabe-se que irão propiciar doenças na vida adulta.
Para mim esta é a questão, não só desse trabalho, mas que perpassa quase todos os trabalhos do blog!
(Acho que escrevi demais, desculpe!)

Marta Maior disse...

Em relação aos corantes, é importante não esquecer que eles não estão presentes apenas em doces e alimentos. Muitos medicamentos, principalmente os xaropes, infantis ou não, possuem corantes.
Eu nunca li a quantidade de corantes existentes em um medicamento. A bula e, em alguns casos, a própria embalagem, apresenta no máximo, os corantes empregados.
Acho que também é importante quantificar os corantes nesses casos, devido a todos os malefícios citados.

R* disse...

Eu nunca tinha pensando no mal que o corante pode fazer no nosso organismo. E é engraçado como esse assunto é tão pouco divulgado na mídia, principalmente porque é um aditivo químico que está sendo cada vez mais utilizado como atrativo para o consumo. É necessario uma legislação mais rigorosa para o controle de tais substâncias, exigindo a informação no rótulo de qual corante está sendo utilizado e o que pode ocasionar se ingerido em excesso, informando aos consumidores o que eles estão comprando de fato para a sua alimentação.

Renata Cruz

wiliam disse...

não consigo achar nada na web sobre os tipos de produtos químicos mais comuns e mais nocivos em balas, doces, pirulitos e chicletes...
será acaso ou o lobby etá atuando muito bem?
quem souber algo desta informação, preciso para divulgar aos meus alunos na escola, pois em toda aula chupam de dois a tr~es doces...
obrigado
prof. wiliam

Paloma R. Alves disse...

Os dois grupos de corantes campeões em alergia: os azocorantes , como a tartrazina, o ponceau e o amarelo crepúsculo; e os não azocorantes, como o azul brilhante, a eritrozina e a indigotina. Inclusive a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já determinou que alimentos e medicamentos que incluam o corante sintético tartrazina devem exibir um aviso no rótulo. Porém, a ordem ainda não está sendo cumprida, e pessoas continuam sendo expostas a riscos (alergia).
A fiscalização de alguma forma tem que ser intensificada, se torne obrigatório a rotulagem, e se isso não for feito que sejam proibidos corantes sintéticos e autorizados apenas corantes naturais,visto que costumam ser bem tolerados pela maioria das pessoas e raramente provocam alergia, sendo um bom substituto dos sintéticos.

Thayane Curi disse...

Um estudo em 2016 analisou qualitativa e quantitativamente o uso de corantes em determinados alimentos. Informa que há um teor máximo permitido para uso dessas substâncias no Brasil, sendo elas: "Os limites permitidos pela legislação brasileira são: Azorrubina (E-122) e Eritrosina (E-127) 5 mg/100 g; Amarelo Crepúsculo (E-110), Amaranto (E123) e Ponceau 4R (E-124) 10 mg/100 g; Tartrazina (E102), Vermelho 40 (E-129), Azul Patente V (E-131), Indigotina (E132), Azul Brilhante (E-133) e Verde Rápido (E143) 30 mg/100 g."

Entretanto, não identifiquei legilações que indiquem necessidade da presença da quantidade de corante no rótulo. Não observei rigorisidade quanto a isso, apenas identifiquei, legalmente, que deve conter a informação da presença. Grande parte dos industrializados, que são amplamente consumidos atualmente, contêm corantes em suas formulações e, como mostra o estudo (https://www.scielo.br/pdf/qn/v30n2/04.pdf), alguns alimentos, como as gomas de mascar, tiveram 33% da análise com valores maiores do que os autorizados, porém, a ausência dessa informação no rótulo faz com que isso seja ainda mais imperceptível.